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PROPRIEDADES DAS CORES
A observação das várias cores revela que existem várias características ou propriedades que servem para caracterizar ou diferenciar uma das outras. Essas características começam sempre por ser subjetiva e emocional, mas é possível fazer um esforço de racionalização e distinguir várias propriedades. Assim as propriedades que caracterizam uma cor são: Matiz, Luminosidade, Tonalidade, Saturação ou Profundidade e Brilho. Cada uma destas propriedades inventadas pelo homem para visão a valorizar a cor: MATIZ – É a propriedade que define a cor em si própria e depende diretamente do comprimento de onda da luz correspondente a essa cor. (Azul 580nm – 595nm, Vermelho 490nm – 500nm, Laranja 480nm – 490nm, Amarelo 435nm – 480nm…); LUMINOSIDADE – É a capacidade de refletir mais ou menos luz. A luminosidade é independente do matiz. Mas o globo ocular humano é mais sensível a cor amarela esverdeada que a qualquer outro matiz e é menos sensível ao azul e ao violeta, isto devido que na retina olho humano existem mais células cones sensíveis a luz amarela do que células cones sensíveis a luz azul ao violeta. Por isso o amarelo tenderá sempre a parecer mais luminoso que qualquer outra cor e o azul ou violeta parecerão menos luminosas. Está vinculada à luminância: quanto mais elevada for esta, mais luminosa a cor parecerá e próxima do branco; o mesmo vermelho, igualmente saturado, poderá ser mais luminoso ou mais escuro; TONALIDADE – O preto, o cinzento e o branco não são considerados como cores (não são matizes) podem misturar-se com qualquer cor modificando-a isto é, tornando-a mais escura ou mais clara. Diz-se então que há uma neutralização da cor ou uma alteração do seu tom ou tonalidade. As cores misturadas com branco dão tonalidades claras e chamam-se CORES PASTEL. As cores misturadas com o cinza ou preto dão tonalidades escuras e chamam-se CORES SOMBRA; SATURAÇÃO ou PROFUNDIDADE – Isto é, a “pureza” (rosa é o vermelho “menos saturado”, ao qual se adicionou branco); as cores do espectro solar têm saturação máxima; Duas cores do mesmo matiz e da mesma tonalidade podem provocar sensações diferentes quanto a sua intensidade. Diz-se então que são de diferentes saturações. As variações na saturação dependem da quantidade do pigmento presente quando se trabalha com corantes ou tintas solúveis em meio líquido; BRILHO – É definido como a qualidade da descrição da cor pelo brilho ou escuro e está relacionado com a escala de cinza. Depende principalmente do suporte sobre o qual o pigmento é aplicado. No caso das fibras têxteis depende da fibra e da capacidade de absorção ou reflexão da luz que lhe é própria. A lã, por exemplo, é menos brilhante do que a seda.
CORES ACROMÁTICAS (BRANCO; CINZA E PRETO):
Se os raios eletromagnéticos, da qual a distribuição de energia esteja na faixa visível corresponda aquela da luz do Sol na Terra, alcance um sólido do qual reflita toda a luz visível de uma forma difusa e com completa refletância, este objeto aparecerá para o olho humano como branco. De outra forma, se o sólido absorver toda a luz, nos o reconheceremos como sendo preto. Se esta absorção for de uma fração constante de luz na faixa entre 400 e 700 nanômetros, este aparecerá cinza. Branco; cinza e preto são chamadas de cores acromáticas. Elas são caracterizadas por uma absorção constante na faixa entre os 400 e 700 nanômetros.
Cinzas Neutros
Para harmonização de um acorde complementar, misturam-se em partes ópticas iguais os dois tons a serem harmonizados e coloca-se a mistura entre eles. A mistura produz um cinza-neutro. Que determina o caráter misto da harmonização. Esta poderá ser chamada, também, equilíbrio pelo tom – rompido.
Ciano (Cor Primária) + Vermelho (Cor Secundária) = Cinza Neutro
Magenta (Cor Primária) + Verde (Cor Secundária) = Cinza Neutro
Amarelo (Cor Primária) + Azul violetado (Cor Secundária) = Cinza Neutro
Cinzas Coloridos
Cinza + Qualquer cor = Cinza Colorido. É um cinza misturado em proporções variáveis a uma cor qualquer. Pode obter-se o cinza inicial de duas maneiras:
a) Pela mistura do branco e do preto;
b) Pela mistura das três cores primárias, ou de pares de cores complementares.
Este último cinza é muito mais belo que o primeiro devido à riqueza de suas possibilidades cromáticas. Obs.: Quando três cores estão em presença uma da outra apenas uma delas deve ser levada ao máximo de intensidade, a segunda ser diminuída e a terceira levemente sugerida (este é um esquema cromático rígido).
Um sólido tendo cores cromáticas mostra uma ou mais faixas, ex. absorção máxima e mínima no espectro visível. Se uma faixa de absorção estiver localizada na parte do comprimento de onda curto do espectro visível (400 – 430 nanômetros), que parte da luz vinda será absorvida. O resto do espectro irá ser refletido e o sólido irá aparecer na cor amarela para o olho. Analogamente, bandas de absorção entre:
Comprimento de Onda | Cor | Cor |
Nanômetros (nm = 1×10-9m) | Absorvida (contrastante) | Vista |
400-435 | Violeta | Amarelo Esverdeado |
435-480 | Azul | Amarelo |
480-490 | Verde Azulado | Laranja |
490-500 | Azul Esverdeado | Vermelho |
500-560 | Verde | Púrpura |
560-580 | Amarelo Esverdeado | Violeta |
580-595 | Amarelo | Azul |
595-605 | Laranja | Verde Azulado |
605-700 | Vermelho | Azul Esverdeado |
Sólidos dos quais apresente a cor verde são caracterizados por ter absorção máxima em 400nm-450nm e 580nm – 700nm.
CLASSIFICAÇÕES DA COR:
Cores primárias fundamentais (teoria subtrativa):
Refere-se aos processos pelos quais as cores acontecem, baseiam-se no princípio de que um pequeno número de matizes é suficiente para produzir, por combinação, um número completo delas. Sendo que as cores primárias cian; magenta e amarelo. É puro porque é elemento irredutível, isto é, ele não parece uma mistura no sentido que o verde parece uma combinação de cian e amarelo. Ou púrpura com uma mistura de magenta e cian. Tal pureza perceptiva nada tem a ver com a pureza física ou espectral
Cor complementar: Que se encontra ao lado oposto no círculo cromático.
Cor secundária: Formada em equilíbrio óptico por duas cores primárias
Cor terciária: Intermediária entre uma cor secundária e qualquer das primárias que lhe dá origem
Cor dióptica: Produzida pela dispersão da luz sobre os vários corpos refratores: prisma, lâminas delgadas (bolhas de sabão, manchas de óleo sobre água),etc.
DEFINIÇÕES DE TERMOS SOBRE COR:
Croma: É a saturação do matiz. A freqüência é a mesma de que foi codificada cada cor, indo até as primárias, ou seja, é o grau de diferença entre uma cor e a cor cinza com o mesmo valor.
Cromaticidade: Qualidade da cor na qual é definida por seu comprimento de onda dominante.
Cromatologia: A ciência da cor
Colorimetro: Um aparelho para determinar a matiz, pureza, e brilho de uma cor, especialmente utilizado com comparador entre a cor analisada com um padrão.
Colorimetria: A medida e analise da cor por comparação com um padrão ou com termos físicos e características espectrais.
Diagrama de Cor: Diagrama ou tabela da qual ilustra as inter relações das cores com respeito a sua matiz, brilho, saturação, etc. Quando este diagrama é construído em três dimensões ele é chamado sólido de cor ou pirâmide de cor.
Metamerismo: Por este processo é possível calcular igualmente o chamado índice de metamerismo. O metamerismo indica se, duas amostras da mesma cor se mantêm ou não iguais em aspecto sob diferentes condições de iluminação. O índice de metamerismo mais utilizado é o que se refere à mudança da luz incandescente ou fluorescente.
CROMATÓLOGIA
Esquemas para classificação ou arranjos ordenados de cores e suas medidas tem envolvido diferentes disciplinas e são discutidas em detalhe em muitos livros, monografias e artigos de jornais científicos. O desenvolvimento histórico do sistema espacial das três dimensões da cor, equação diferencial da cor, diferenças entre visual e observações instrumentais e outros tópicos relacionados são discutidos nos dois livros (F.W.Billmeyer, Jr. and M.Saltzman, Principles of Color Technology, 2d Ed., Wiley, New York, 1981, 240pp.) e (R.S.Hunter and R.W.Harold, The Measurement of Appearance, 2d Ed., Wiley Interscience, New York, 1987, 411 pp.).
Os autores destes livros são especialistas nesta área, e afirmam diretamente que não existe um sistema perfeito para a medição da cor ou da diferença entre as cores, por causa de sua complexidade de interações de fatores que determinam a percepção visual ou/e instrumental na medição da cor. Existem muitos sistemas de três dimensões de “Espaço da Cor” ou “Ordenação da Cor” que tem sido empregado para a classificação das cores. Embora, os Sistemas Munsell e CIELAB, sejam os mais populares.
SISTEMA DE COLORIMETRIA DE MUNSELL
O Sistema de Cor de Munsell foi criado em 1905 pelo artista A. H. Munsell.
A cor captada do objeto é descrita em parâmetros tridimensionais referentes à matiz, brilho e croma. O valor do eixo no Sistema de Cor de Munsell é o eixo Y, com o topo iniciando em Branco e o fundo tornando-se negro. Croma é a diferença de cor de um objeto no eixo Z, enquanto as outras cores são representadas no eixo X pela diferença de matizes.
SISTEMA CIELAB (COMMISSION INTERNATIONAL L’E’CLAIRAGE)
Sistema de valores de tri-estimulos foi criado em 1931 e parte do princípio que os estímulos da cor que é dependente da combinação da fonte de luz, objeto, e observador. Em que as coordenadas L, a e b podem ser visualizadas de acordo com os eixos representados na figura. É possível calcular os valores L, a e b a partir de X, Y e Z. A medição da cor em superfícies pode ser feita utilizando um espectrofotômetro de reflexão. Este aparelho mede a refletância R da amostra em diversos comprimentos de onda l na zona do visível (400 nm a 700 nm). A partir dos valores de R em função de l, podem calcular-se as coordenadas tri-cromáticas X, Y e Z. A refletância pode ser relacionada com a concentração se for utilizada a fórmula de Kubelka-Munck:
K/S = ((1-R)2 / (2*R))
Sendo R = refletância,
K = coeficiente de absorção,
S = coeficiente de difusão.
Pois (K/S) @a C
Sendo C a concentração do corante na fibra e a uma constante.
Esta e outras equações estão na base do cálculo de receitas por intermédio de um espectrofotômetro de reflexão e com computador. Conhecidas as curvas de refletância dos diferentes corantes utilizados pela empresa e aplicados sobre diferentes substratos têxteis a diversas concentrações, é possível pedir ao computador para reproduzir (gerar a receita) de uma dada cor, utilizando uma mistura dos diferentes corantes que, ao mais baixo preço, imite essa cor. Apenas sendo necessário um pequeno ajuste laboratorial, pois haverá sempre fatores que são impossíveis de ter em conta nas fórmulas matemáticas utilizadas pelo computador. Estes colorimetros aproximam os valores tri-estímulos X, Y e Z que são a:
Fonte luminosa,
Objeto,
Observador padrão.
O colorimetro mais comercial é o Hunter Color Difference Meter.
Os valores Tri-estimulos CIE X, Y, e Z de uma cor são obtidos pela multiplicação da força relativa P do iluminante (fonte) padrão CIE, a reflectância R (ou transmitância) do objeto e observador padrão em função de x,y, e z (luzes x = vermelha, y = verde e z = azul) Observador padrão CIE 1931. O produto do somatório de todos os comprimentos de onda no espectro visível dado em valores Tri-estimulos, como indicado no diagrama acima com “coordenadas cromáticas” x, y e z.
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DA COR
O mercado têxtil com a crescente necessidade em obter artigos com cores mais exatas, estáveis, e com reprodutibilidade entre lotes produzidos, tem se valido do uso de dispositivos de medição de cor. A colorimetria é aplicada, para: Selecionar entre um grupo de corantes os mais adequados para integrar a receita e seu respectivo cálculo da participação de cada corante na receita de tingimento e estampado; objetividade na avaliação da produção de bens têxteis, controle da cor de fibras têxteis e corantes tão quanto em dirimir diferença de interpretação da cor entre fornecedor e consumidores. Os instrumentos de medição de cor podem ser tradicionalmente subdivididos em espectrofotômetros e colorimetros. Espectrofotômetros (instrumentos que medem a reflectância ou transmitância). Colorimetros são baseado no diagrama tridimensional (CIELab Color Space) e equações diferenciais de cor.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Manual da Engenharia Têxtil
Mario de Araújo – E.M. de Melo e Castro
Fundação Calouste Gulbenkian / Lisboa (Portugal) 1986
Tyrone L.Vigo – New Orleans, LA, USA – Textile Processing and Properties, Elsevier 1994
F.W.Billmeyer, Jr.and M..Saltzman, Principles of Color Technology, 2d. Ed. Wiley, New York, 1981, 240pp
J.Weaver (Ed.),Analytical Methods for a Textile Laboratory,Am.Assoc.Text.Chem.Color.,Research Triangle Park, N.C.,1984, 411pp.
C.M.Player,Jr andJ.Adunn, Chromatographic methods,Am.Assoc.Text.Chem.Color.,Research Triangle Park, N.C.,1984, 315pp.
R.S.Hunter and R.W.Harold, The Measurement of Appearance, 2d. Ed., Wiley Interscience, New York, 1987
Rudolf Arnheim, – 1904 -. Arte e percepção visual, uma psicologia da visão criadora – Pioneira Editora da Univ.São Paulo, 11a. Edição – 1997
Aumont, Jacques – A imagem – Campinas SP Papirus 1993
Halliday Resnick – Ótica e Física Moderna – LTC Livros Técnicos e Científicos Rio de Janeiro 1991
H.Moysés Nussenzveig – Ótica Relatividade Física Quântica – Editora Edgard Blücher Ltda. Rio de Janeiro 1998
F.W.Billmeyer, Jr.andM.Saltzman – Principles of Color Technology – 2d. Ed., Wiley, New York, 1981, 240 pp.
Israel Pedrosa – Da Cor â Cor Inexistente – 6a. Ed., Leo Christiano Editorial Ltda, Brasil, 1995, 224 pp.
J.Bamz . – Arte Y Ciência Del Color – 2a. Ed., L.E.D.A Las Ediciones de Arte Ltda, Barcelona.
Hans Schwarz – A Cor em Pintura – Editora Presença Martins Fontes Ltda, Lisboa.