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Olá pessoal!
Hoje disponibilizarei um artigo que fala sobre têxteis sensórios.
Tema: Têxteis Sensórios
Autora: Lavínnia Seabra, Professora efetiva do curso de Design de Moda – UFG (lisag2107@gmail.com)
Link do artigo por completo: Têxteis Sensórios
Introdução:
“Os artigos têxteis sempre representaram a evolução social e, em muitos casos, foram mais do que grandes lençóis planos envoltos ao corpo. Estes materiais foram utilizados, a muito, como suportes das grandes pinturas ou como objetos de tapeçaria e proteção em imensas paredes de pedras de castelos do século XIX. Segundo Dinah Pezzolo (2007) o tecido teve um papel importante na preocupação com a individualização do corpo. Contudo, estes materiais maleáveis foram sendo melhorados e reinventados. Novos padrões surgiram, novos processos de desenvolvimento e tratamento foram criados. As estampas estão, hoje, no patamar da produção digital. A cartela de cores se ampliou, possibilitando novos padrões de composição visual. Novas texturas se sobressaíram e com elas, outras possibilidades de criação. Neste caminho, os artistas foram descobrindo que este tecido: fino ou grosso, estampado ou não, poderia sair da bidimensionalidade e ser objeto tridimensional. Nas obras de Henri Matisse (1869-1945) os tecidos lhes foram inspiração para a criação de suas telas. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo (2005) in Pezzolo (2007), “durante toda a sua vida, ele colecionou cortes de pano, tapetes, roupas e acessórios trazidos de vários países. Para onde fosse, levava amostras desse material e chamava essa ‘coleção de biblioteca de trabalho”’. Na decoração, os tecidos criaram um espetáculo visual à parte. No século XVII era comum a corte e a burguesia trocarem as suas mobílias quatro vezes ao ano. Isso permitia que as espessuras e cores dos materiais mudassem: veludo de lã para o inverno e tafetá no verão. No século XVIII os tecidos aparecem ainda mais nos ambientes; é o auge dos sofás, e suas formas e acabamentos precisavam ser primorosos. Estas situações históricas só foram ampliando as possibilidades de adaptação dos tecidos. Em Oiticica, que estes materiais saem completamente de sua primeira função de adorno, proteção e suporte bidimensional na arte, para se tornarem objetos de contemplação tridimensional através da performance intitulada Parangolé. Neste trabalho os artigos têxteis são movimentados, formando silhuetas diferenciadas através da participação do antes, observador. Agora esta pessoa faz parte do processo de criação. Ela mesma se movimenta, apresentando o seu corpo e a sua ocupação no espaço. Segundo Favaretto (2000, p. 114) “O Parangolé redefine a posição estética de Oiticica, em primeiro lugar pela abertura de um novo campo experimental com as imagens. Do ‘espetáculo de superfície’ das investigações concretas e neoconcretas às “ações espetaculares” da arte ambiental há uma transformação radical da expressão”. Desta forma, compreendermos que os tecidos podem possuir diversas aplicabilidades no que diz respeito à representação visual. Quando pensamos ter alcançado uma grande diversidade nas aplicações dos têxteis nas artes, vemos florescer os Toy Art confeccionados em tecidos, com cores diversas e formas inusitadas. Ainda podemos destacar os trabalhos arquitetônicos têxteis que são outras obras à parte. As estruturas destes lugares são todas pensadas para materiais flexíveis e que podem propiciar uma série de outras sensações estéticas em que, a arte se propõe a fazer hoje, ou seja, trazer o usuário para mais próximo do trabalho; fazendo-o experimentar, participar do processo de concepção final.”
Fonte: Textile Industry